quarta-feira, 31 de outubro de 2012


Trabalho produzido pelas alunas Josiane Lopes, Francisca Ivanizia, Aparecida Calmon e Maria do Rosário. Releitura da lenda capixaba A Tristeza do Urubu para a disciplina de Ação Cultural, professora Meri Nádia Marques Gerlin  do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Espírito Santo.



LENDA: A TRISTEZA DO URUBU

Faltavam água e esgotos, em princípios deste Século, na Cidade da Vitória, melhoramentos introduzidos, ali, no Governo do Presidente Jerônimo de Souza Monteiro (1908-1912). Eram, por isso, os urubus numerosos, preciosos e utilíssimos. Contribuíam para a limpeza urbana, apesar de imprimirem, às vezes, na paisagem, uma nota de tristeza.

Certa ocasião, a Sra. Maria dos Cágados, residente nos Pelames, e dedicada à criação dos mencionados quelônios, relatou-nos o motivo da tristeza dos urubus: - Na grande família dessas aves, sempre emplumadas de preto, nascera um lindo rebento, portador de uma pena branca, frisada e bela, no peito. Cresceu, envolto no carinho de todos, tornou-se vaidoso do seu privilégio. Mesmo porque foi eleito – o representante máximo do seu clã. Empavonava-se, quando passava pelas outras aves. Julgava-se um rei.

Um dia, cantava deliciosamente um sabiá, num galho de sapucaia florida, árvore que servia igualmente de pouso ao urubu da pena branca, já de todos conhecido, quando passou um bando de urubus, em demanda a certo alimento. Alguns avistaram o seu eleito e julgaram-no fosse o magno cantor. Elogiaram-no: - “Que voz maravilhosa a do real confrade!”
Orgulhoso, o urubu da pena branca ordenou-lhes que fossem depressa convidar a passarada inteira, para deliciar-se com sua melodia.

Vieram logo sabiás, bem-te-vis, pintassilgos, carriças, canários e muitos outros pássaros da região. Iniciou o presunçoso o seu roncar, desafinado e ridículo. Rompeu a assistência alada, em cantoria confusa, verdadeiro gargalhar de ironia, que se elevava à medida que o “rei” da pena branca mais roncava e se debatia, até que, exausto, arrancou o seu distintivo, para confundir-se com os seus companheiros, então, desconfiado e triste, para sempre, na grande família emplumada.




RELEITURA DA LENDA: A TRISTEZA DO URUBU

 
VIEMOS AQUI AGORA
PARA CONTAR MAIS UMA HISTÓRIA
ACONTECIDA ANTIGAMENTE EM VITÓRIA

 

EM UM PASSADO DISTANTE
UM PASSÁRO TÃO INOCENTE
MOSTROU QUE TINHA REALEZA
AO DESCOBRIR QUE ERA DIFERENTE.


MAS OS URUBUS
HOJE TÃO PROTEGIDOS
NÃO SABEM O QUE É CANTAR
SÓ EMITEM GRUNIDOS

 
ELE ERA CRIADO POR UMA DOCE SENHORA
E RESOLVEU ASSUMIR PARA SI
UMA LINDA CANTAROLA

 

NÃO SABENDO QUE LÁ 
EM UMA ÁRVORE BEM PERTO
SE SENTINDO MUITO FELIZ
QUEM CANTAVA ERA O SABIÁ;


E QUAL NÃO FOI SUA TRISTEZA
QUANDO DESCOBRIRAM SEUS AMIGOS
QUE AQUELE CANTO NÃO ERA DELE
MAS DE OUTRO PÁSSARO QUERIDO;


O URUBU REI
AO FICAR ORGULHOSO
ACHANDO QUE O CANTO ERA SEU
TORNOU-SE MOTIVO DE IRONIA
PARA TODO SEU BANDO QUE DELE RIA


ARRANCANDO A PENA BRANCA
QUE FAZIA DELE REI
IGUALOU-SE AOS COMPANHEIROS
DIZENDO, SIMPLES AGORA SEREI 


FICA AQUI ESSE RECADO
PARA NOSSOS COMPANHEIROS
QUE SE ACHAM SUPERIORES
FAÇAM UMA REVISÃO
NA SUA ESCALA DE VALORES.

 


EGO:     A tristeza do urubu
A verdadeira nobreza não é uma questão de ser melhor que os outros. É uma questão de ser melhor do que você era. Concentre-se em seu crescimento, consciente de que ninguém neste planeta é melhor que ninguém. Todos nós emanamos da mesma força de vida criadora. Todos nós temos a missão de realizar nossa pretendida essência, tudo o que precisamos para cumprir nosso destino está ao nosso alcance. Mas nada é possível quando nos sentimos superiores aos outros. É um velho ditado e, todavia, verdadeiro: somos todos iguais aos olhos de Deus.